quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Estudo derruba mitos sobre pílulas.

O estudo realizado por um professor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), de Santo André, pode pôr fim a dois grandes mitos que envolvem a utilização da pílula anticoncepcional: a de que o método contribui para o aumento do peso e que diminui o desejo sexual feminino.




As dúvidas serviram de base para a tese de doutorado do professor de Ginecologia e Obstetrícia da faculdade, Rodolfo Strufaldi, que já ouviu os questionamentos diversas vezes em seu consultório. “A maioria das perguntas das pacientes era se a pílula provoca ganho de peso e se interfere na vida sexual. A proposta do projeto foi tentar responder a essas perguntas, já que hoje a literatura médica não tem estrutura para dar essas respostas com clareza.”

O médico iniciou em 2008 os estudos para elucidar as dúvidas que envolvem o uso do contraceptivo. Para isso, foram selecionadas 49 mulheres em idade reprodutiva (dos 18 aos 40 anos), não obesas e que não tivessem feito uso do método anticoncepcional nos últimos seis meses que antecederam o início do tratamento.

Todas elas fizeram uso da mesma marca de anticoncepcional hormonal oral conhecida no mercado nacional e internacional e considerado padrão ouro pelos médicos. “Igual a essa existem outras nove ou dez iguais, mas com nomes comerciais diferentes. Ela possui baixo teor hormonal, boa eficácia e baixo custo”, explicou Strufaldi.

As pacientes fizeram acompanhamento médico e também preencheram questionário sobre desejo sexual. As mulheres foram dividas em dois grupos: as que não apresentavam problemas nos índices de colesterol ruim e as que tinham níveis elevados dos marcadores cardiovasculares.
Além de não constatar aumento de peso entre as pacientes, o estudo ainda mostrou a redução no nível de colesterol ruim entre as que apresentavam o problema. “Isso já era esperado, pois o estrogênio melhora os níveis de gordura, diminuindo o colesterol ruim e diminuindo o bom. Porém, surpreendeu-nos o fato de ter melhora na função sexual, principalmente entre aquelas que também tiveram diminuição do colesterol ruim”, detalhou o ginecologista.

O crescimento da libido nas mulheres com bons índices de gordura ficou entre 6% e 8%. No outro grupo, o acréscimo foi em média de 3%. O medicamento não piorou o desempenho das demais. 
Apesar de as pacientes terem utilizado o mesmo anticoncepcional, Strufaldi acredita que é possível afirmar que o efeito é o mesmo em outras marcas que apresentam baixas doses hormonais.

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